Você sabia que as Descargas Elétricas Atmosféricas (Raios) são responsáveis, anualmente por centenas de mortes em todo o mundo e milhões de dólares gastos em recuperação de acidentes e paralizações no fornecimento de energia, transmissão de dados, usinas de petróleo, queima de equipamentos de transporte e em processos produtivos e que o Brasil é o recordista em Raios no mundo. Choques elétricos com ferimentos e mortes, paralizações de processos produtivos, eventos, shows, partida de futebol, também são ofensores com perdas não mensuráveis. INPE
 

“Quando ainda estudava na universidade para me tornar engenheiro eletricista, e já atuava na área de proteção contra descargas atmosféricas. Em 1993, fui convocado a ser um dos assistentes técnicos na análise das causas do maior acidente ocorrido na REPLAN, Refinaria da Petrobrás em Paulínia, SP, Brasil. Não foi muito difícil identificar o que deu ignição ao incêndio pois as câmeras da refinaria registraram momentos antes da explosão do tanque de Diesel, que foi atingido por uma descarga atmosférica (Raio). Haviam 7 milhões de litros de Óleo Diesel que virarm gás tóxico e fumaça.” Por Eng. Josmar M. Vasconcelos.

A área ficou toda interditada e o incêndio foi contido após 12 horas. Me lembro que ficamos uma semana na planta da petrobrás após o incêndio ter sido contido. O cheiro forte e a lama, que havia na parte baixa do tanque dava a nítida impressão de como foi difícil para os bombeiros apagarem o incêndio e ainda respirarem o gás resultante da queima do Diesel. Este caso foi muito famoso no Brasil, pois a REPLAN era a maior refinaria de petróleo da Petrobrás na época, porém não foi o único caso ocorrido na Petrobrás. O tanque teve a ignição do Diesel provocada por uma descarga atmosférica direta na estrutura, o que é comum em tanques de aço de grandes dimensões, porém o que deve ter provocado o incêndio foi a dificuldade em dissipar a corrente da descarga atmosférica pelos condutores e pelo aterramento. Assista aos vídeos deste impressionante acidente na época.

Este acidente poderia ter sido evitado fazendo as medições periódicas dos potenciais elétricos entre as partes aterradas da usina, através do Laudo anual de medições do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) e corrigindo possíveis cabos rompidos, conectores quebrados, corrosão e alta impedância no sistema de aterramento, que são as causas das diferenças de potenciais elétricos(DDP) que provocam cerntelhamento perigos, eletrocução de pessoas e queima de equipamentos.

As Normas Nacionais e Internacionais a respeito das descargas atmosféricas recomendam as verificações periódicas, manutenção e correção de anomalias, contra falhas e risco de vida, na prevenção de acidentes iguais a este e piores do que este, onde levam pessoas ao óbito e causam danos irreparáveis a natureza e o meio ambiente.